sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Doces Lembranças







“Oh! que saudades que tenho, da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais!”. Como gosto desta parte do poema de Casimiro de Abreu, ao ler o trecho fico a pensar com carinho não apenas na infância, como também em todas as boas lembranças que os anos não trazem mais. Só que ao sentir saudades não reluto com o presente, aliás quando passamos por lutas, problemas, dissabores, intrigas, prefiro me retirar do meio, através das boas lembranças quer seja as lembranças mais distantes ou mais recentes. Um dia desses me peguei sorrindo por lembrar de tantas coisas boas que já vivi. Me pergunto, para que sofrer se temos tantas coisas boas para nos alimentar?
Também gosto dele verso bíblico que diz: “quero trazer a memória, aquilo que me dá esperança”, ao contrário de Casimiro de Abreu esse texto nos remete ao futuro através da palavra esperança. É neste momento que volto a indagar, por que viver focado no sofrimento presente se temos tantas coisas boas para projetar?
Não, não vivo só de passado e nem só de coisas futuras. Até porque o passado é história e o futuro é incerto, mas preciso dizer que o passado fala de mim e de outros que passaram por minha vida, e ao invés de viver a dor prefiro sorrir com as boas lembranças. E a respeito do futuro, a invés de dizer que não posso, prefiro dizer que Deus tem o melhor para mim e como diz o jargão Americano “I Can”, eu posso. Posso, sim, posso ser feliz, posso conquistar, posso realizar. Não digo isto por pretensão, mas se de fato não sou menor e nem maior que niguém, digo novamente, eu posso. Posso porque outros puderam e alcançaram. Dessa forma também posso dizer que o melhor é viver o presente para não perder oportunidades, mas fazer de meu passado um alicerce e do meu futuro o meu alvo.
Neto Nery, Fevereiro/2011.

Um comentário:

  1. Lembranças, sejam doces ou amargas quem não as tem? Desejamos desesperadamente nos libertar das lembraças que NÃO alimentam nossa alma...assim como ansiamos trazer para nosso presente algo que nos faz suspirar de esperança... que o futuro incerto seja surpreendido pelas agradáveis lembranças do agora.

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